Open Banking: como garantir a segurança de dados pessoais
Compartilhamento de informações de maneira segura, garantindo proteção aos usuários das instituições financeiras.
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Luiz Penha
Head de Operações e Infraestrutura de TI • 31 de agosto de 2021 às 08:42
Iniciativa do Banco Central do Brasil para promover inovação do sistema financeiro, o Open Banking, ou Sistema Financeiro Aberto, é uma plataforma que permitirá que os clientes, pessoas físicas e jurídicas, compartilhem dados entre bancos e fintechs, sob autorização do usuário, informando a finalidade e o prazo de uso dos dados, para receber melhores ofertas de produtos e serviços. A proposta tem como principal objetivo promover a concorrência do setor, trazendo melhores ofertas ao consumidor, de modo que cada um possa cancelar esse consentimento a qualquer momento.
De acordo com relatório da Moody’s, a tendência do mercado financeiro removerá barreiras no que diz respeito à supremacia de dados de clientes nos principais bancos do país. No entanto, para a expansão do open banking, o consentimento do cliente com o compartilhamento de dados para pequenos players do mercado é fundamental.
Segundo o Banco Central, a determinação teve início neste ano e conta com um cronograma que contempla quatro etapas, sendo:
1ª compartilhamento padronizado entre as instituições financeiras (início em 01/02);
2ª compartilhamento de dados dos clientes relacionados a serviços bancários, como contas e cartões de crédito (implementado em 13/08);
3ª integração de serviços, com o início de transações de pagamento, começando pelo PIX (iniciado em 03/08);
4ª etapa chamada de “open finance”, que prevê o compartilhamento de dados de serviços relacionados a câmbio, credenciamento, seguro, investimento, previdência e conta salário (previsto para 15/12).
Open Banking é seguro?
A ideia é que o sistema seja colaborativo, de modo que todas as instituições que aderirem à plataforma recebam e compartilhem os dados de suas bases, de acordo com o consentimento de cada cliente. Com isso, os usuários poderão escolher as melhores propostas de ofertas entre os bancos e fintechs.
Para trazer mais segurança a esse processo de compartilhamento, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) comunicou que o pedido de autorização será feito de maneira eletrônica, sempre dentro do ambiente de autenticação do banco, sem qualquer solicitação de informações que a instituição já não possua sobre o cliente.
Além disso, o BC afirma que o processo será bem seguro, visto que o envio e recebimento de informações está protegido pela Lei do Sigilo Bancário, que proíbe o compartilhamento de dados para instituições que não participarem do sistema, além da venda de informações a terceiros. Outro ponto importante é que o Open Banking tem como base a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que garante a autonomia dos usuários em relação aos seus dados.
O que o usuário ganha nisso?
Entre os benefícios aos usuários apresentados pelo Banco Central com a implementação do sistema são:
- Mais liberdade para contratar serviços e produtos financeiros;
- Maior controle e autonomia sobre seus dados pessoais;
- Agilidade em contratações e portabilidade;
- Menores taxas e mais inovação no sistema bancário;
- Maior segurança e inclusão financeira.
Sem dúvidas, o sistema promete desburocratizar e tornar o fluxo de informações mais transparente, dando autonomia aos usuários sobre o compartilhamento de seus dados para outras instituições financeiras. Acompanharemos os próximos passos rumo à inovação do sistema financeiro brasileiro.